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A Divina Comédia Cabocla
Nícolas jr., Joaquim Marinho e Aldísio Filgueiras dão um show de inteligência, interpretação, cultura e amazonicidade nas músicas, letras, poemas e crônicas gravadas no CD Divina Comédia Cabocla 2. Sem rebuscamentos, os artistas mostram a riqueza da cultura cabocla e escancaram a contemporaneidade, relembrando que “a província se defende como pode.
Por Evandro Brandão Barbosa -Professor universitário em Manaus-AM. Mestre em Educação, Administrador e Economista.
Turismo Cultural Sustentável – Insumos, teoria e prática
O continente brasileiro definido como “um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas que beleza!”, não é só um refrão de “País Tropical”, letra da canção criada por Jorge Duílio Lima Meneses, mais conhecido por Jorge Ben Jor, e interpretada em todos os cantos por inúmeros artistas, em diferentes ritmos. É, acima de tudo, um hino de louvação à Pátria, ao povo e a simplicidade das coisas que são suficientes para lhe dar felicidade. O “carnaval, um fusca, um violão, uma nêga chamada Tereza” e “um time de futebol”, exprimem, no contexto da letra, aquilo que um carioca, no seu modo de vida, entende como bastante para ser feliz. Abrir um artigo sobre turismo, expondo uma só letra e música é pouco, mas é exemplo. É pouco, mas é da nossa cultura. É mínimo, mas é patrimônio imaterial querido, reconhecido e apropriado por todos os brasileiros. Ninguém, em lugar nenhum, pode falar de turismo sem falar de gente, de povo, de seus atributos positivos e, principalmente, de seu patrimônio imaterial, natural ou material.
Isto porque, é só neste lugar chamado Brasil que se encontra esta incrível e única diversidade de etnias, de modos de viver e de fazer, de costumes, de culinária, de folclore, de comemorações, de artesanato, de ritmos, de lendas, de miscigenação, de artes, de formas de expressão, de festas, de crenças e de histórias, vivida e oral, a conviver em absoluta paz. Cada um de seus 26 “estados-nação”, do Oiapoque ao Chuí, estão repletos de riquíssimos fatos e relatos de lutas, de grandes personagens que defenderam, cada um a seu tempo, forma e jeito, as fronteiras da Pátria Brasil desde o seu descobrimento. Esta diversidade quase nos permite dizer que vivemos em 26 países sem fronteiras, mas com dois corações, duas bandeiras, abrigados por um só manto formado por um retângulo verde, um losango amarelo, um círculo azul cortado por um lema e salpicado de estrelas brancas.
O “tropical” fica por conta do nosso patrimônio natural como as praias paradisíacas onde se relaxa e se assume a indolência; de cenários formados por majestosas montanhas, cataratas, cascatas e abismos, onde entendemos a envergadura e a força da natureza, obrigando a reflexão sobre o nosso lugar neste Planeta; dos contrastes entre cerrado e caatinga, contrapondo com a exuberância de matas virgens e selvagens, mescladas com rios caudalosos que são valorizados e invejados pelo mundo inteiro. Além, de todas estas atrações que interessam aos humanos, ainda estamos descobrindo, de forma corajosa e lenta, em nosso subsolo e solo, riquezas arqueológicas e paleontológicas. Duas importantes fontes de acervo para a criação de museus, que têm, sem dúvida, grande força de atração e interesse para o turista interno e externo.
O Patrimônio Cultural do Continente Brasil agradece e torce para que o tempo, a inteligência, a eficiência das autoridades públicas e a fundamental participação da sociedade façam amadurecer um maior número de reflexões nesta área, fórmula única para enriquecer, contribuir e desenvolver o turismo cultural em nosso país, melhorando a qualidade de vida dos filhos desta terra e dos filhos de outras terras que aqui aportem.
Por Telmo Padilha Cesar- Coordenador de Projetos da DEFENDER – Defesa Civil do Patrimônio Histórico/Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Certificação Federal e Estadual/RS).